quinta-feira, 11 de abril de 2019

Série mensal - Jan-Fev 2019 - Comércio Internacional


Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2019 

                                                  ( disponível para download  >> aqui )

1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2019, no período de Janeiro a Fevereiro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,2% face a 2018 (+393 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +14,4% (+1668 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento de +5,7% (+410 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os países terceiros decresceram -0,8% (-17 milhões de Euros). Por sua vez, as importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas) aumentaram +13,1% (+1153 milhões de Euros), com as importações originárias dos países terceiros a crescerem +18,6% (+515 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou +57,9%, ao situar-se em -3476 milhões de Euros (um acréscimo de 1275 milhões de Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 743 milhões no comércio intracomunitário e de 532 milhões no extracomunitário). Em termos globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu de 81,0%, em 2019, para 73,8%, em 2018.


A variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros dois meses de 2018 se situou em 420 Euros/Ton, desceu para 386 Euros/Ton em 2019.

Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.

Se excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,7% e 5,2% do total no período de Janeiro a Fevereiro de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 73,8% para 79,2%.

2 – Evolução mensal


3 – Mercados de destino e de origem

3.1 - Exportações
No período Janeiro-Fevereiro de 2019, as exportações nacionais para a UE (expedições), que representaram 78,1% do total (77,0% no ano anterior), cresceram em valor +5,7%, contribuindo com +4,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa de crescimento global de +4,2%. As exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 21,9% do total em 2019 (23,0% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -0,8%, contribuindo negativamente, com -0,2 p.p., para a taxa de crescimento global.

Os principais mercados de destino das exportações foram a Espanha (24,7%), França (13,0%), a Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,5%), o Brasil (1,4%), a Suíça (1,2%), a Áustria (1,1%) e a Suécia (1,0%), países que representaram 80,5% do total. 

Angola, o segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra em valor de –12,2% em 2019 no período em análise (-27,7 milhões de Euros), envolvendo seis dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares” (‑27,7 milhões de Euros), “Químicos” (‑6,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e partes” (-1,2 milhões) e “Calçado, peles e couros” (-1,1 milhões). O maior acréscimo coube ao grupo “Minérios e metais” (+6,8 milhões de Euros), seguido de “Madeira, cortiça e papel” (+1,8 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+939 mil Euros). 


Entre os trinta principais destinos, os maiores contributos positivos para o ‘crescimento’ das exportações no período em análise (+4,2%), couberam à Alemanha (+1,2 p.p.), à Itália (+1,0 p.p.), à Espanha (+0,9 p.p.), à Turquia e Suíça (+0,3 p.p. cada), e ao Reino Unido, Eslováquia, Dinamarca, Polónia e Áustria (todos com +0,2 p.p.). Os maiores contributos negativos pertenceram ao Brasil (-0,6 p.p.), Bélgica (-0,5 p.p.), Angola (‑0,3 p.p.) e China (-0,1 +p.p.).

O maior acréscimo, em Euros, nas exportações (expedições) para o espaço comunitário em Janeiro-Fevereiro de 2019, em termos homólogos, verificou-se na Alemanha, seguido dos da Itália e da Espanha. Com menor expressão alinharam-se depois a Eslovénia, o Reino Unido, a Eslováquia, a Dinamarca, a Polónia, a Áustria, a França, a Irlanda, os Países Baixos, a Finlândia e a Roménia. Os maiores decréscimos couberam à Bélgica, seguida da Bulgária e do Luxemburgo.

Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram na Turquia, Suíça e Egipto, seguidos das Provisões de Bordo, EUA, Singapura, Guiné-Bissau, Índia e Noruega. Os maiores decréscimos couberam à Tunísia, Brasil, Angola, China e Catar.

3.2 - Importações
Em Janeiro-Fevereiro de 2019 as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 75,2% do total (76,1% em 2018), registaram um acréscimo de +13,1% e contribuíram com +10,0 p.p. para uma taxa de crescimento global de +14,4%.

As importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +18,6%, representando 24,8% do total em Janeiro-Fevereiro de 2019 (23,9% em igual período de 2018), com um contributo para o crescimento global de +4,4 p.p..
Os principais mercados de origem das importações em Janeiro-Fevereiro de 2019 foram a Espanha (29,9%), a Alemanha (13,9%) e a França (9,3%). Seguiram-se os Países Baixos (4,8%), a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%), Angola (1,8%) e a Irlanda (1,3%), países que representaram no seu conjunto 76,9% das nossas importações totais.

Entre os maiores contributos positivos para o crescimento das importações (+14,4%) destacam-se a França (+2,7 p.p.), a Espanha (+2,3 p.p.), a Alemanha (+2,0 p.p.), a China (+1,4 p.p.), Angola (+1,0 p.p.), os EUA (+0,9 p.p.), a Irlanda (+0,8 p.p.), a Bélgica (+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a Turquia (+0,4 p.p.), a Índia (+0,3 p.p.) e a Hungria (+0,2 p.p.). 

Por sua vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-1,0 p.p.), à Rússia (-0,6 p.p.), ao Brasil e à Argélia (‑0,4 p.p. cada), e à Itália, Guiné-Equatorial e Azerbaijão (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com origem intracomunitária e nos países terceiros.



4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif) couberam ao Reino Unido (+332 milhões de Euros), aos EUA (+176 milhões), a Marrocos (+73 milhões), à Suíça (+69 milhões) e a Cabo Verde (+38 milhões de Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1555 milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑611 milhões), da China (-430 milhões), dos Países Baixos (-266 milhões) e da Bélgica (‑160 milhões de Euros).

5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11 grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro-Fevereiro de 2019, representando 82,0% do total, foram “Material de transporte terrestre e partes” (16,0% e TVH +22,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5% do total e TVH -1,8%),  “Químicos” (12,3% e TVH +5,5%), “Agro-alimentares” (11,6% e TVH +3,1%), “Produtos acabados diversos” (9,8% e TVH +11,4%), “Minérios e metais” (9,7% e TVH +6,4%) e “Têxteis e vestuário” (9,1% e TVH + 1,5%).
Mais de 76% do acréscimo global de +393 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao grupo “Material de transporte terrestre e partes”.
As exportações registaram decréscimos em quatro dos onze grupos: “Energéticos” (-130 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-55 milhões), “Calçado, peles e couros” (-31 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (-25 milhões).

5.2 – Importações
Em Janeiro-Fevereiro de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6% do total, foram “Máquinas, aparelhos e partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +18,8%), “Químicos” (16,5% do total e TVH de +14,9%), “Agro-alimentares” (13,2% e TVH +10,1%), “Material de transporte terrestre e partes” (12,4% e TVH +8,0%) e “Energéticos” (11,7% e TVH de +3,7%).
Em todos os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+374 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+307 milhões de Euros), e “Químicos” (+284 milhões). 

6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Fevereiro de 2019 a primeira posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as excepções nos grupos “Calçado, peles e couros” (4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (3ª posição, antecedida do Brasil e da França).

Seguiram-se no “ranking” a França (13,0%), a Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%), os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), e a Polónia (1,5%). Estes dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações

Nesta vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2º lugar, antecedida da Alemanha) e “Aeronaves, embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, Irlanda, EUA e Países Baixos.
Seguiram-se, no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a França (9,3%), os Países Baixos (4,8%), a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%) e Angola (1,8%).
Estes dez países cobriram 75,6% das importações totais.

Alcochete, 11 de Abril de 2019.


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