Comércio Internacional de mercadorias
- Série mensal -
Janeiro a Fevereiro de 2019
1 - Balança comercial
De acordo com dados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), com última actualização em 9 de Abril de 2019, no período de
Janeiro a Fevereiro de 2019 as exportações de mercadorias cresceram em valor +4,2%
face a 2018 (+393 milhões de Euros), a par de um acréscimo das importações de +14,4%
(+1668 milhões de Euros).
As exportações para o espaço comunitário (expedições) registaram um aumento
de +5,7% (+410 milhões de Euros), ao mesmo tempo que as exportações para os
países terceiros decresceram -0,8% (-17 milhões de Euros). Por sua vez, as
importações de mercadorias provenientes dos parceiros comunitários (chegadas)
aumentaram +13,1% (+1153 milhões de Euros), com as importações originárias dos
países terceiros a crescerem +18,6% (+515 milhões de Euros).
Na sequência deste comportamento, o défice comercial externo (Fob-Cif) aumentou
+57,9%, ao situar-se em -3476 milhões de Euros (um acréscimo de 1275 milhões de
Euros face ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 743 milhões no
comércio intracomunitário e de 532 milhões no extracomunitário). Em termos
globais, o grau de cobertura (Fob/Cif) das importações pelas exportações desceu
de 81,0%, em 2019, para 73,8%, em 2018.
A
variação do preço de importação do petróleo repercute-se, naturalmente, no
valor das exportações de produtos energéticos, com reflexo sensível na Balança
Comercial. O valor médio unitário de importação do petróleo, que nos primeiros dois
meses de 2018 se situou em 420 Euros/Ton, desceu para 386 Euros/Ton em 2019.
Para além da variação da cotação internacional do barril de petróleo, medida
em dólares, a variação da cotação do dólar face ao Euro é também um dos
factores determinantes da evolução do seu preço em Euros.
Se
excluirmos do total das importações e das exportações o conjunto dos produtos “Energéticos” (respectivamente 11,7% e 5,2%
do total no período de Janeiro a Fevereiro de 2019), o grau de cobertura (Fob/Cif)
das importações pelas exportações sobe, em 2019, de 73,8% para 79,2%.
2 – Evolução mensal
3 – Mercados de destino e de origem
3.1 - Exportações
No
período Janeiro-Fevereiro de 2019, as exportações nacionais para a UE
(expedições), que representaram 78,1% do total (77,0% no ano anterior), cresceram
em valor +5,7%, contribuindo com +4,4 pontos percentuais (p.p.) para uma taxa
de crescimento global de +4,2%. As
exportações para o espaço extracomunitário, que representaram 21,9% do total em
2019 (23,0% em 2018), registaram um decréscimo em valor de -0,8%, contribuindo negativamente,
com -0,2 p.p., para a taxa de crescimento global.
Os
principais mercados de destino das exportações foram a Espanha (24,7%), França
(13,0%), a Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%),
os Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), a Polónia (1,5%), o
Brasil (1,4%), a Suíça (1,2%), a Áustria (1,1%) e a Suécia (1,0%), países que
representaram 80,5% do total.
Angola, o
segundo mercado entre os países terceiros depois dos EUA, registou uma quebra
em valor de –12,2% em 2019 no período em análise (-27,7 milhões de Euros),
envolvendo seis dos onze grupos de produtos. As maiores descidas incidiram nos grupos “Agro-alimentares”
(‑27,7 milhões de Euros), “Químicos”
(‑6,9 milhões), “Aeronaves, embarcações e
partes” (-1,2 milhões) e “Calçado,
peles e couros” (-1,1 milhões). O maior acréscimo coube ao grupo “Minérios
e metais” (+6,8 milhões de Euros), seguido de “Madeira, cortiça e papel” (+1,8 milhões) e “Máquinas, aparelhos e partes” (+939 mil Euros).
Entre os
trinta principais destinos, os maiores contributos
positivos para o ‘crescimento’
das exportações no período em análise (+4,2%), couberam à Alemanha (+1,2 p.p.),
à Itália (+1,0 p.p.), à Espanha (+0,9 p.p.), à Turquia e Suíça (+0,3 p.p. cada),
e ao Reino Unido, Eslováquia, Dinamarca, Polónia e Áustria (todos com +0,2
p.p.). Os maiores contributos negativos
pertenceram ao Brasil (-0,6 p.p.), Bélgica (-0,5 p.p.), Angola (‑0,3 p.p.) e
China (-0,1 +p.p.).
O maior acréscimo, em Euros, nas
exportações (expedições) para o espaço
comunitário em Janeiro-Fevereiro de 2019, em termos homólogos, verificou-se
na Alemanha, seguido dos da Itália e da Espanha. Com menor expressão
alinharam-se depois a Eslovénia, o Reino Unido, a Eslováquia, a Dinamarca, a
Polónia, a Áustria, a França, a Irlanda, os Países Baixos, a Finlândia e a
Roménia. Os maiores decréscimos
couberam à Bélgica, seguida da Bulgária e do Luxemburgo.
Entre os Países Terceiros, os maiores acréscimos nas exportações ocorreram
na Turquia, Suíça e Egipto, seguidos das Provisões de Bordo, EUA, Singapura,
Guiné-Bissau, Índia e Noruega. Os maiores
decréscimos couberam à Tunísia, Brasil, Angola, China e Catar.
3.2 - Importações
Em Janeiro-Fevereiro
de 2019 as importações com origem na UE (chegadas), que representaram 75,2% do
total (76,1% em 2018), registaram um acréscimo de +13,1% e contribuíram com +10,0
p.p. para uma taxa de crescimento global de +14,4%.
As
importações com origem no espaço extracomunitário registaram um acréscimo de +18,6%,
representando 24,8% do total em Janeiro-Fevereiro de 2019 (23,9% em igual período
de 2018), com um contributo para o crescimento global de +4,4 p.p..
Os principais
mercados de origem das importações em Janeiro-Fevereiro de 2019 foram a Espanha
(29,9%), a Alemanha (13,9%) e a França (9,3%). Seguiram-se os Países Baixos (4,8%),
a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica (2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA
(2,1%), Angola (1,8%) e a Irlanda (1,3%), países que representaram no seu
conjunto 76,9% das nossas importações totais.
Entre os maiores
contributos positivos para o crescimento das importações (+14,4%) destacam-se a
França (+2,7 p.p.), a Espanha (+2,3 p.p.), a Alemanha (+2,0 p.p.), a China (+1,4
p.p.), Angola (+1,0 p.p.), os EUA (+0,9 p.p.), a Irlanda (+0,8 p.p.), a Bélgica
(+0,6 p.p.), os Países Baixos (+0,5 p.p.), a Turquia (+0,4 p.p.), a Índia (+0,3
p.p.) e a Hungria (+0,2 p.p.).
Por sua
vez, os maiores contributos negativos couberam ao Cazaquistão (-1,0 p.p.), à Rússia
(-0,6 p.p.), ao Brasil e à Argélia (‑0,4 p.p. cada), e à Itália,
Guiné-Equatorial e Azerbaijão (-0,1 p.p. cada).
Nas duas figuras
seguintes relacionam-se os maiores acréscimos e decréscimos das importações com
origem intracomunitária e nos países terceiros.
4 – Saldos da Balança Comercial
No período em análise, os maiores saldos positivos da balança comercial (Fob-Cif)
couberam ao Reino Unido (+332 milhões de Euros), aos EUA (+176 milhões), a
Marrocos (+73 milhões), à Suíça (+69 milhões) e a Cabo Verde (+38 milhões de
Euros).
O maior défice, a grande distância dos restantes, pertenceu a Espanha (-1555
milhões de Euros), seguido dos da Alemanha (‑611 milhões), da China (-430
milhões), dos Países Baixos (-266 milhões) e da Bélgica (‑160 milhões de Euros).
5 – Evolução por grupos de produtos
5.1 – Exportações
Os
capítulos da Nomenclatura Combinada (NC-2 Ξ SH-2), foram aqui agregados em 11
grupos de produtos (ver Anexo). Os grupos
com maior peso nas exportações de mercadorias em Janeiro-Fevereiro de 2019,
representando 82,0% do total, foram “Material
de transporte terrestre e partes” (16,0% e TVH +22,4%), “Máquinas, aparelhos e partes” (13,5% do total e TVH -1,8%), “Químicos”
(12,3% e TVH +5,5%), “Agro-alimentares”
(11,6% e TVH +3,1%), “Produtos acabados
diversos” (9,8% e TVH +11,4%), “Minérios
e metais” (9,7% e TVH +6,4%) e “Têxteis
e vestuário” (9,1% e TVH + 1,5%).
Mais de 76%
do acréscimo global de +393 milhões de Euros, face ao ano anterior, coube ao
grupo “Material de transporte terrestre e
partes”.
As
exportações registaram decréscimos em quatro dos onze grupos: “Energéticos” (-130 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (-55
milhões), “Calçado, peles e couros”
(-31 milhões) e “Máquinas, aparelhos e
partes” (-25 milhões).
5.2 – Importações
Em Janeiro-Fevereiro
de 2019, os grupos de produtos com maior peso nas importações, representando 71,6%
do total, foram “Máquinas, aparelhos e
partes” (17,8%, com uma taxa de variação homóloga em valor de +18,8%), “Químicos” (16,5% do total e TVH de +14,9%),
“Agro-alimentares” (13,2% e TVH +10,1%),
“Material de transporte terrestre e
partes” (12,4% e TVH +8,0%) e “Energéticos”
(11,7% e TVH de +3,7%).
Em todos
os grupos de produtos se verificaram acréscimos nas importações, tendo ocorrido
os mais significativos, em Euros, nos grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (+374 milhões de Euros), “Aeronaves, embarcações e partes” (+307
milhões de Euros), e “Químicos” (+284
milhões).
6 – Mercados por grupos de produtos
6.1 – Exportações
Entre os
mercados de destino, a Espanha ocupou em Janeiro-Fevereiro de 2019 a primeira
posição em 8 dos 11 grupos de produtos com 24,7% do total, ocorrendo as
excepções nos grupos “Calçado, peles e couros”
(4ª posição, depois da França, da Alemanha e dos Países Baixos), “Máquinas, aparelhos e partes” (2ª
posição, depois da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (3ª posição, antecedida do Brasil e da França).
Seguiram-se
no “ranking” a França (13,0%), a
Alemanha (12,6%), o Reino Unido (6,6%), a Itália (4,7%), os EUA (4,6%), os
Países Baixos (3,8%), a Bélgica (2,3%), Angola (2,0%), e a Polónia (1,5%). Estes
dez países cobriram 75,7% das exportações totais.
6.2 – Importações
Nesta
vertente do comércio internacional, a Espanha ocupou o primeiro lugar em nove
dos onze grupos de produtos, com 29,9% do total, sendo as excepções os grupos “Máquinas, aparelhos e partes” (2º
lugar, antecedida da Alemanha) e “Aeronaves,
embarcações e partes” (5ª posição, precedida da França, Irlanda, EUA e Países
Baixos.
Seguiram-se,
no “ranking”, a Alemanha (13,9%), a
França (9,3%), os Países Baixos (4,8%), a Itália (4,6%), a China (3,9%), a Bélgica
(2,9%), o Reino Unido (2,4%), os EUA (2,1%) e Angola (1,8%).
Estes dez
países cobriram 75,6% das importações totais.
Alcochete, 11 de Abril de 2019.
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